sábado, 10 de março de 2012

ZÉ CAPETA EM QUADRINHOS


Nascido José Bento Tavares Neto, foi como Zé Capeta que esse senhor peculiar e engraçado de 65 anos, dono de uma risada eloqüente e cheio de histórias, ganhou o mundo. Porém, embora o sucesso desfrutado pelo personagem já seja de conhecimento público, poucos sabem como se originou essa famosa alcunha.

A idéia da revista em quadrinhos Zé Capeta – Como surgiu o nome nasceu dessa curiosidade. Desenvolvido pelo ilustrador Biagy Oliveira, o projeto surgiu por iniciativa de Rômulo Ferreira Bento, filho de Zé Capeta, que queria prestar uma homenagem ao pai. Formado em Design Gráfico pela Universidade Federal de Goiás, Biagy publicou seu primeiro trabalho em HQ na revista Grande Clã, em 2003. Para ele, Zé Capeta é um personagem “perfeito para a adaptação em história em quadrinhos” e afirma que já está trabalhando na criação de novas revistas sobre o famoso berranteiro.

Zé Capeta – Como surgiu o nome tem tiragem de 1.000 exemplares, conta as memórias de infância do personagem e relata com bom humor os fatos que deram origem ao apelido. Segundo a história, havia, em frente à fazenda do avô, uma grande árvore que servia como ponto de “pouso” para os boiadeiros que ali passavam. A imagem dos peões trajando botas, chapéus e guaiacas enquanto faziam comida estimulou a imaginação do jovem José Bento. Porém, o que mais o fascinou foi o toque do berrante. Decidido a tocar o instrumento, o garoto tomava aulas com os peões em troca de porções de requeijão e rapadura, que ele “roubava” da despensa da avó.

Certo dia, apareceu na fazenda do avô uma mula preta, batizada de Aparecida. Zé, o primo bonitão e namorador de mulher casada, foi o primeiro a arreá-la. Ao montar na mula, em três pulos do animal, já caiu e torceu o pé. O irmão Dima foi o segundo a montar em Aparecida, mas também caiu e quebrou o braço. Por fim, o avô, indignado com o fracasso dos netos, montou na mula, e também veio ao chão. Por fim, o menino José Bento pediu para montar na mula e, embora todos esperassem sua queda, ele não caiu. Por sua exímia destreza, seu avô o batizou de Zé Capeta, nome que o tornaria conhecido por todo o Brasil.

Goiano de Itaberaí, Zé Capeta começou a se interessar desde cedo pelo universo sertanejo. Criado na fazenda de seu avô, aos 7 anos já realizava pequenos serviços na roça. Contudo, foi aos 13 anos que ele descobriu sua verdadeira vocação: peão de rodeio.

Atuando em rodeios por 21 anos, Zé Capeta ganhou fama como berranteiro, inclusive tendo participado de diversas novelas na televisão, como Pantanal, A História de Ana Raio e Zé Trovão, Irmãos Coragem (2ª versão), Rei do Gado, Estrela de Fogo, Marcas da Paixão e América. Além disso, já se apresentou em festivais de touradas em Portugal e Espanha. Zé Capeta já foi condecorado com a medalha do Mérito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira, a mais alta comenda da Assembléia Legislativa do Estado de Goiás.

Ao longo de sua carreira, Zé Capeta ganhou 625 títulos de campeão de montaria nos principais festivais de rodeio do Brasil. Embora nunca tenha vencido na Festa do Peão em Barretos – sua melhor colocação foi entre os 10 primeiros – foi na arena mais importante do País que ele se destacou como o “melhor berranteiro do mundo”.

Texto de Raphael Silveira.
Originalmente publicado no Diário da Manhã – Goiânia.




 

ZÉ CAPETA - O ASTRO DO BERRANTE




















Nome completo: José Bento Tavares Neto  
Apelido: Zé Capeta
Idade: 62 anos
Data de nascimento: 13/07/43
Profissão: Berranteiro
Naturalidade: Itaberaí – GO



NOVELA: ANA RAIO E ZÉ TROVÃO

Quem freqüenta festas de peão, pelo menos uma vez na vida
já deve ter encontrado esse personagem em alguma cidade
ou então já viu o Zé na telinha, com a participação
em várias novelas: Ana Raio e Zé Trovão, Pantanal,
Estrela de Fogo e Rei do gado, ele alcançou
reconhecimento nacional.


ZÉ CAPETA E SEU INSEPARÁVEL BERRANTE


Do Oiapoque ao Chuí, Zé Capeta vai anunciando,
com o toque do berrante, mais um evento.
Ele faz apresentações em shows, cavalgadas,
desfiles e, é claro, nos rodeios também.
Não larga o berrante por nada.
"Nunca imaginei que um dia fosse sobreviver do berrante"!
Diz ainda que se parar da rotina de viagens, aí pode vir o cansaço.















Cresceu na roça comendo arroz com pequi e
geroba, aprendendo a moer cana.
Com 13 anos já montava em circo de tourada e
domava burros.
Peão por 33 anos, o goiano conquistou

centenas de primeiros lugares, conta que ganhou
bastante dinheiro, mas a mulherada levou tudo.

BARRETOS-SP (1972)

Em suas andanças pelo sertão
aprendeu todas formas de sobrevivência.
Passou fome, atravessou rios, dormiu no chão.
Na mala sempre carrega um pedaço de queijo
e de rapadura que devora na hora da fome.
De boa saúde, nunca tomou bebida alcoólica,
dando preferência à água e ao café e para evitar
a febre aprendeu a usar o rapé.


ZÉ CAPETA

A sua história como berranteiro teve os
primeiros sinais bem cedo.
A porta da fazenda do pai funcionava
como pouso para os boiadeiros e
debaixo de uma grande árvore, ficava
escutando causos e aprendendo a magia
de emitir o emocionante som do berrante.
Mas foi em 1959 que Zé iniciou sua carreira.
Desta data em diante não teve parada.

Atualmente, ele é o berranteiro
oficial da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.
Recentemente inaugurou a primeira Escola de Berrantes do país.

"O envolvente som do berrante combina com a nossa paixão pelo rodeio."
 


Zé Capeta ficou muito conhecido por sua atuação na novela Ana Raio e Zé Trovão.





ZÉ CAPETA NA ARENA DE RODEIO



ZÉ CAPETA COM ZÉ MULATO E CASSIANO